domingo, 8 de janeiro de 2012

Memórias do meu jardim.



Eu lembro-me deste banco de jardim ser verde e não castanho e preto. Eu lembro-me das pernas deste banco não terem ferrugem. Lembro-me deste jardim estar cheio de flores de cores vivas, agora é um relvado meio careca. Lembro-me de me sentar aqui a ouvir os pássaros cantar a vida, hoje apenas se ouvem pombas que batalham pela comida que os velhos deixam. Este jardim é, agora, o hábitat natural dos cães vadios. Ali, no sopé daquela árvore, costuma estar um toxicodependente a morrer, todos os dias.
Eu estou deitado no chão, em cima da merda das pombas. Derrotado, com o Sol a bater na cara.
Aguardo o dia em que alguém irá restaurar o banco e plantar flores neste jardim.

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