sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Perfume



"Que há num simples nome? O que chamamos rosa, com outro nome não teria igual perfume?"

E tu! Ó rosa minha! Exalas esse teu perfume a que me acorrentou a paixão.
Desperta, no seio das montanhas bem longe de mim, o Sol toda a manhã, essa estrela que brilha na tua sombra. E desperto eu. Para sentir, uma vez mais, o aroma da tua ausência.
Os meus dias são compridos como a viagem do navegador que tenta, incansavelmente, alcansar o horizonte. Eu sobrevivo, impaciente, ao que o tempo me submete. E aguardo, qual ponteiro de relógio, que batam as doze badaladas. Já o sol, cansado, fugiu para dormir com Poseidon e escrever sobre a grandeza e o perfume da estrela que brilha à luz do anónimato.
Sento-me, com a Lua na minha companhia, para te ver descansar nesse sono profundo.
Encho os pulmões, grito ao deuses de tal forma que até os mortos acordam. Peço-Lhes que parem o tempo para que eu fique assim, quieto, imóvel, inerte, a ver-te brilhar na noite escura.
Não me concedem o desejo, só a ti se vergariam os deuses. Vou ficar aqui, então, a sentir o frio gélido e a tentar imortalizar este amor que me sufoca. Enquanto nas veias me correr vida irei viver cada momento na lembrança deste unico momento. Com saudade.

A ti, rogo-te que deixes o mundo sentir o teu perfurme, mesmo depois da hora da minha morte. Para que o próprio mundo aprenda que nele habita um mundo ainda maior, sob a forma de mulher.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Quero-te.



Quero dizer-te que te amo! Vezes sem fim...
Quero amar-te mais do que em silêncio! Muito mais...
Quero que olhes para mim e vejas o quanto te quero!
Quero matar esta ignorância. Ou que alguém a mate por mim.
Quero abraçar-te com força sem ter medo que percebas...
Quero que percebas! Mas tenho medo que me fujas...

Quero-te a ti.

Mais e mais e mais e mais...



O meu Coração personificado está a torturar-me. A queimar-me com um ferro em brasa!!
E eu aguento! Firme e hirto! Sem soltar uma única palavra...
Olho para baixo, quase derrotado. Já não consigo fitar o meu Coração nos olhos.
No meu peito está gravado o teu nome a branding, fruto da minha tortura.

Num momento em que quase desisto do meu silêncio saí-me a Razão pela boca e começa a batalha.

É igual todas as noites.

A Razão, sem grande esforço, acaba por vencer e condena o meu Coração a estar fechado dentro do meu peito. A mim; a mim cose-me os lábios e lembra-me o quanto ásperas poderiam ter sido as minhas palavras se tivesse cedido à tortura.

Ouço, no silêncio, o meu Coração chorar por ti...

Acordo afogado em lágrimas.
Não quero adormecer, quero estar contigo. Quero amar-te mais do que em silêncio.
Quero mais!!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010



Pega nessa marreta. Sim, essa mesmo!! Vem cá.
Preparada? Vá, esmaga-me a mão...
aaaaaahhhhggggrrrr!!!
Podias ter contado até três!! Vá! Agora a outra mão.
MERDA!!!
Desfaz-me as rótulas.
FODA-SE!!
A outra agora....
CARALHO!!!


Agora prepara-te, respira fundo e acerta-me, com toda a tua força, na cabeça.

(...)


Assim não é apenas o meu coração a estar partido. Isto é ser solidário com o resto do corpo.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Esquecido



Estou deitado, frio, inerte. Estou morto há anos e anos, desde o dia em que partiste.
Contei as horas que passaram, os minutos que sofri.
Derramei lágrimas como uma fonte de água eterna, até desaprender a sorrir.
A minha vida não acabou no dia em que todos os meus orgãos falharam. Acabou sim, no dia em que parou o meu coração, por não saber bater por mais ninguém. Nesse dia começou a minha morte, dias agrestes, dias amargos.

Hoje.

Estou deitado, frio, inerte. Sete palmos baixo de terra. Agora não passo de um pedaço de carne podre que fez um dia parte de uma história.

Uma história lembrada por ninguém...

sábado, 10 de julho de 2010





Desaprendi a ler. Leio páginas e páginas sem ler nada.
O que é que eu perdi?



Dez.



Estou encostado a uma casa velha, a cair de podre. A casa, não eu.
Vejo-te chegar, esbelta. Esse teu andar cheio de postura, certeza, carácter... cheio de ti.
Caminhas como uma princesa sobre este chão destruido pelas máquinas de fazer merda, vulgo pombas. Os carros cospem cancro pulmonar pelo cano de escape e viajam a uma velocidade tão absurda que parece que todos os condutores são cardiologistas a caminho de operar 10 pessoas. Sim, 10. Dez. Dez é o número certo! Parece-me. Foi um aparte, desculpem.

Tu continuas, como se nada te abalasse. Como se tudo o resto fosse apenas isso, resto.

E páras! A um passo de mim. Encaras-me com esses olhos escuros, lábios finos apetitosos.
Essa tua pele de bronze que me faz brilhar os olhos.
Ficas ali, a um passo de mim. A desviar o olhar quando eu te fito. E eu, cobarde como sou, desvio o meu.
Reparo em tudo em ti. Desde as magnificas curvas, ao penteado de menina. O teu sorriso; ai! Esse sorriso capaz de vencer guerras!!

Ficamos numa dança de olhares por um tempo que eu quis que fosse eterno.
Chega o autocarro que me vai levar ao trabalho. Eu entro e olho-te uma ultima vez.

Adeus desconhecida, foi um prazer Ver-te.

terça-feira, 29 de junho de 2010





Preciso de mim. Sinto a minha falta.



segunda-feira, 24 de maio de 2010

Suicídio.







Suicídio não é a resposta!
Mas é uma questão que já muitos colocaram...





quarta-feira, 28 de abril de 2010





Tenho saudades de me sentar de pernas cruzadas para ouvir uma estória de criança.



sexta-feira, 23 de abril de 2010






ser Poeta não é escrever A-B, A-B




domingo, 18 de abril de 2010

Derrame verbal



Tive um acidente grave. Bati a alta eloquência contra uma parede de texto.
Com tamanha força que achei que tinha ficado em papa de letras.

Chegam os poetas na ambulância, alguém ligou para as urgências da biblioteca.
Desinfectam-me os parágrafos, limpam-me os erros e dão-me pontos nas frases recém abertas.

Ligam-me as histórias, sentam-me numa cadeira de palavras.
Perguntam-me o meu nome e dizem:
"O Sr. tem que nos acompanhar para um exame, teve um derrame verbal na ponta dos dedos."

Eu olho para o chão e vejo toda aquela tinta que me escorreu das mãos só para escrever que te amo.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Motel Cabinda

Esta é uma das 2 músicas que me fazem pensar em ti inevitavelmente. E a criancinha em mim tem necessidade de o partilhar, de o gritar ao mundo.


"e outra vez, e outra vez, e outra vez"




Saudades.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Lição de Vida



Era uma vez um pequeno pássaro que, por estar imenso frio, tinha dificuldades em voar e caiu num descampado coberto de neve. O pobre coitado a morrer de frio e sozinho, sente algo próximo e ganha esperança. Então chega uma vaca, caga-lhe em cima e vai embora. A merda como estava quente, salvou-o. Ao sentir novamente a presença de um animal cantou para que o ajudassem a sair dali. Veio um gato, tirou o passarinho da merda e comeu-o!!

Moral da história:
Nem sempre quem te caga em cima te quer mal.
Nem sempre quem te tira da merda é teu amigo.
E se um dia estiveres na merda, está calado!!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Reconhecer-me





É um novo espaço. Só porque sim, só porque eu quero. Para mudar de ares.
Sou uma criancinha grande. Acredito nos contos de fadas e em amores platónicos.
Para mim, Palahniuk é como um mestre. E Dante, ah! esse foi um deus da literatura.
Aqui vou deixar imensas coisas. Cartas de amor, dos mil amores que tive, tenho, ou irei ter. Palavras soltas, imagens perdidas. Lágrimas e sorrisos.

Vou deixar aqui um pedaço de mim.

Todos os meus amores, são pedaços da minha própria Beatriz. E todas as palavras que lhes escrevo, são o meu inferno pessoal.

Quero mudar de ares para me reconhecer. Para me distinguir do meu alter ego e para que também os outros nos distingam.


Com prazer,
João Castro