sábado, 30 de março de 2013

Como diria a Lady: Amizade sem merdas.





Não crescemos juntos, mas só nós sabemos o quanto crescemos juntos.
Ah! E como são incontáveis as asneiras que fizemos juntos.
Mas tudo evolui. E de tanto fazer asneiras, aprendemos a faze-las melhor, juntos.
Até deixarmos de repetir as asneiras.
Juntos.
Estamos a viver épocas de mudança. Tu vais ser o papá mimi, eu estou aqui, a mil oitocentos e tal quilómetros da tua cerveja, a lutar pelo meu futuro.
E, bem, parece que afinal sempre encontrei o casaco que me faltava. O que quer que fosse o meu casaco.
Mas saiba-se que mil oitocentos e tal quilómetros quer dizer estar longe, não quer dizer não estar junto.
Carrego-te no meu coração. E ide lá chamar gay ao caralho.
Pelos bons e pelos maus momentos.
Pela escola que fizemos juntos, já muito depois de sairmos da escola.
Porque ser irmão vai muito além de partilhar os génes.
Porque ser amigo vai muito além de chamar bro e de mil seiscentos e trintas. E de tais coisas.
E porque me apetece:
Amo-te.
Os meus parabéns papá mimi, estás a ficar velhote.





Para ler a Lady: Aqui

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Campo de batalha.




Escrevo-te mais uma vez. Como todos os dias.
As horas passam sangrentas e cada vez mais o frio me consome.
Não sou o único aqui e vejo todos à minha volta que, tal como eu, sonham voltar a casa um dia. Voltar ao calor da lareira.
Voltar a sentir nos meus braços a mulher que me dá sonhos.
Esta batalha tem sido das mais difíceis que já travei. E todos os dias me agarro ao canto no meu coração que guardaste para ti.
E aperto-te num abraço silencioso.
Todos os dias, ao voltar ao acampamento, escrevo tudo o que gostaria de te dizer. Descrevo todas as coisas belas que vi. Guardo as más para mim. Não vá um dia eu padecer à má fortuna e que alguém te envie as minhas palavras. Que sejam todas belas.

E se há dias que me alegram, são dias como o de hoje. Que o mensageiro nos acorda do meio sono que nunca temos por inteiro e nos estende uma carta suja da viagem.

- Dois meses sem mensageiro! Que aconteceu?
- Mudaram o acampamento, demorei a encontrar-vos.
- Sim, mas enviamos um dos nossos a comunicar a nossa localização.
- Nunca chegou.

Morto. Provavelmente.
Mas chorarei por ele outra altura.
Agora vou aquecer o coração e ler o que me escreveu o meu amor...



quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Virar a página.




Tenho a minha vida cheia de prólogos e de primeiros capítulos.
De meios sonhos abandonados por terra.
Há pouco mais de ano atrás dei o passo mais dificl da minha vida, virei uma página que nunca pensei ser capaz de virar.
E agora todos os dias são dias de virar páginas.
Todos os dias me redescubro. Todos os dias são lutas infernais contra os meus demónios interiores.
E todos os dias, vencendo, me dou por vencido.
Mas é altura de não só virar a página, mas também começar um novo capítulo.

E então começo assim:

Capítulo Seguinte (porque não sei qual será o número.)
Ser Sonhador é a minha maior qualidade e o meu maior defeito.
Mas é pelo sonho que venço e vingo.
E pelo sonho Serei.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Sara Qualquer Coisa - Capítulo Primeiro








Isto não é nenhum conto de fadas.
Não vais ler nenhum Era uma vez ou um Felizes para Sempre. Não é uma daquelas histórias para adolescentes de um amor impossível que sempre acaba bem. Não vais encontrar aqui unicórnios, centauros ou varinhas de condão. Não é uma conspiração milenar desvendada por um professor qualquer. Não é o retrato de um cenário de guerra do ponto de vista de alguém de quem nunca te lembras do nome. Não é nenhuma dessas histórias que estás à espera.
Podes parar de ler.
Já pensaste no tempo que estás a perder a ler isto? Não o vais recuperar. Estás a envelhecer à medida que lês. Uma virgula. Estás mais velho. Um ponto final. Estás mais velho. Se eu escrever com letras muito pequenas vai parecer que tens rugas nos olhos. Vais parecer mais velho. Mais um parágrafo, mais um passo para a velhice. É inevitável.
Esta história começa num dia outonal de um ano qualquer há umas décadas atrás.
Não percas tempo a imaginar aqueles cenários cinematográficos em que o vento faz cair as folhas das árvores enquanto o Sol se põe, vermelho, no horizonte. Nada disso. Se eu não soubesse, nem conseguiria adivinhar em que altura do ano começou esta história, tão trivial é este dia. Mas como eu sei, posso dizer que começa num dia outonal de um ano qualquer há umas décadas atrás.
Como eu sei, posso dizer que começa numa das ruas mais velhas da cidade. E não, não é uma daquelas ruas que tu imaginas quando te falam nas ruas mais velhas de uma cidade. Não tem aqueles edifícios altos de arquitectura inigualável que têm a sua própria história. Não tem nenhuma daquelas casas senhoriais antigas que acabam por se tornar bibliotecas ou museus.
Esta rua tem prédios velhos e abandonados. Tem janelas partidas e portas a cair de podre. Tem ratos a atravessar a estrada. Tem tascos barulhentos. Tem putas e bêbedos por tudo o quanto é canto. Ao passar nesta rua vais chutando uma lata de refrigerante, ou uma beata, ou um preservativo usado, ou outra beata.
É nesta rua que eu trabalho. Não queres saber qual é o meu trabalho, só te vai envelhecer.
E ali estava eu a fumar mais um cigarro sem me importar com a cinza que me caía na farda suja, velha e gasta. Tão suja, velha e gasta que parece que eu faço parte daquela rua. Vendo bem, até faço.
Foi nesse dia outonal de um ano qualquer há umas décadas atrás, enquanto devorava o último cigarro daquele maço, que eu a conheci.
Lá estás tu outra vez. Estás a imaginar tudo em em câmara lenta, as folhas das árvores a cair ao sabor do vento, as crianças a brincar no meio da rua. Provavelmente estás a imaginar-me de gabardine até. E, nessa tua imaginação fértil, a minha gabardine está a esvoaçar ao vento. E eu, enquanto dou uma última passa na ponta do cigarro, vejo-a chegar. Qual cinderela. A caminhar na minha direcção, esbelta e determinada, com os cabelos loiros soltos a reflectir o Sol. Mas isso é a tua cabecinha a imaginar. Isso és tu a não prestar atenção a nada do que eu digo. A minha farda não tem gabardine, não sou nenhum detective com um daqueles chapéus à Sherlock Holmes. Isso és tu a envelhecer mais um bocado.
Olá, boa noite. Tenho uma reunião marcada para as 21.30h.
Foram essas as primeiras palavras que ela me dirigiu. Sim, já era de noite. Eu disse-te para prestares atenção.
Não reparei nela até se dirigir a mim. Não a ouvi chegar com todo o barulho que saía dos tascos e os canos de escape aos berros. Não vi nenhum daqueles brilhos divinais que tu imaginas, como se ela tivesse uma lâmpada nas costas. Com o cabelo desgrenhado e aquelas roupas que pareciam saídas do guarda-fatos de um circo, ela passava despercebida nesta rua.
Disse-lhe que tinha que aguardar ali que a viessem chamar. Voltei costas, tirei um maço de cigarros novo do bolso e acendi mais um cigarro. Mal reparei naquela miúda. Ela ia mudar a minha vida pouco tempo depois, ia salvar-me da minha própria destruição. Mas eu não podia saber isso. E, portanto, tudo o que me lembro dela desse dia é que passava despercebida. Que tinha olhos azuis e que se chamava Sara. Sara qualquer coisa.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Sinto-me assim.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Retrato da minha Velhice.


Uma sala não muito grande para não perder conforto, não muito pequena porque têm que caber as estantes. Uma poltrona, um candeeiro de pé, uma manta no meu colo, a lareira acesa e o monte dos "must read" na escrivanhinha na parede em frente. O chão é num parquet de mogno. Nas estantes, livros de capa dura tão velhos que já não se lê nada na lombada. A neve já quase cobre as janelas e a luz do candeeiro é a minha companhia pela noite dentro.

Vive!

Não faças demasiados planos, a vida é um rascunho. Muita coisa rasurada e um monte de parêntesis. Não podes apagar. Podes escrever por cima, mas não se vê tão bem e deixa margem para dúvidas.
Não pares para pensar, escreve!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O Dantas cheira mal dos pés!

Todos com os olhos postos nos seu botões.
Todos iludidos com a sua própria visão do mundo.
Cambada de Dantas que aí anda.
Morram todos! PIM!

É no mau sentido!


O mundo não é cor-de-rosa. Também não é a preto e branco.
O mundo é cheio de cores!!!
Não, não digo isto no bom sentido.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Cinema a cores, Mundo a preto e branco.



A sociedade de hoje é como um bom filme dos anos 30. É a preto e branco e não tem voz. E os actores limitam-se a seguir o guião a que nós chamamos Media.